Comer descontroladamente, de forma rápida e muitas vezes sem fome podem ser indicadores de um problema que vai além da culpa. Estamos falando da compulsão alimentar, distúrbio que afeta até 4% da população em geral e 6% dos obesos, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria – e que traz muitos prejuízos à saúde.

Entenda o que é esse distúrbio, quais as suas causas e o que fazer em relação ao problema.

Compulsão alimentar: o que é

A compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado pela ingestão exagerada de alimentos, mesmo sem fome. Muitas pessoas descrevem esse transtorno como um ciclo de fome sem controle, impulsionado pela vontade de comer, principalmente produtos muito calóricos e não-saudáveis, seguido por sentimento de vergonha e culpa ou até mesmo raiva.

Sinais como comer muito mais rápido que o normal, comer sozinho ou escondido de outras pessoas, ficar mais introvertido e sentir-se triste após a alimentação também podem estar relacionados ao distúrbio.

Como ocorre

Uma das causas da compulsão é uma inflamação do hipotálamo – estrutura cerebral responsável pelo controle da fome e gasto energético, o que ocasiona a perda deste controle neural e abre espaço para o desenvolvimento da obesidade. Isso ocorre principalmente devido à má alimentação.

Essa inflamação é desencadeada por um receptor do sistema imune que, quando ativado, produz citocinas que causam inflamação. Pesquisas já demonstraram que substâncias presentes nos alimentos ricos em gorduras saturadas, quando consumidas em larga escala – como ocorre nas dietas ocidentais muitas vezes –, são capazes de sensibilizar esses receptores, simulando uma infecção.

Quando essas gorduras encontram esses receptores no hipotálamo, o estrago pode ser maior, pois é aí que está a “caixa-preta” do balanço energético. É por isso que muitas pessoas, quando expostas a dietas hipercalóricas, perdem gradativamente o controle da fome e passam a consumir mais calorias do que gastam, tornando-se obesas e compulsivas com o decorrer do tempo.

Tratamentos

Bem como outros distúrbios, o tratamento da compulsão alimentar requer orientação multidisciplinar. Além da melhora na alimentação, com introdução de alimentos mais saudáveis e dieta acompanhada por profissionais especializados, também são recomendadas atividades físicas e de relaxamento.

Pesquisas feitas com animais já indicaram que a ação de ácidos graxos insaturados como ômega 3 e ômega 9, por exemplo, podem atenuar a inflamação e restabelecer o processo de sinalização que controla o apetite, auxiliando o controle da compulsão alimentar. Porém, não basta introduzir os ômegas na dieta, sem uma alimentação equilibrada.

Durante o 5S, uma das técnicas para a melhora da compulsão alimentar e perda de peso é a inserção do ômega 3 na dieta associado a outras ações que vão ajudar na redução de medidas e restabelecimento da qualidade de vida.

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Você tem dificuldade em controlar sua alimentação? Deixe suas dúvidas nos comentários.

Escrito por: Cybele Provenzano e Daniele Gaioto (MTB: 67.321)

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