Embora as condições genéticas estejam bastante relacionadas ao surgimento do câncer, diversas pesquisas realizadas nos últimos anos apontam que o meio ambiente em que se vive tem muito peso na origem e desenvolvimento da doença. A combinação de fatores diversos – entre eles a má alimentação e o estresse – somada à predisposição genética, geralmente, é o que interfere no surgimento e desenvolvimento do câncer.

O que já se sabe é que a doença pode ser prevenida com estratégias baseadas na minimização da exposição aos fatores de risco, como utilizar protetor solar (evita câncer de pele) e se vacinar contra o HPV (câncer de colo de útero). Mas será que os alimentos também podem ter participação na prevenção da doença?

Alimentação e o câncer

Cerca de 30% dos casos de câncer registrados em todo o mundo estariam relacionados, de alguma forma, com uma dieta inadequada. Esse percentual foi estimado por pesquisadores britânicos na década de 1980 e permanece como um indicador importante até hoje.

Organizações de saúde internacionais como o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer e o Instituto Americano para Pesquisa do Câncer, além do Inca (Instituto Nacional do Câncer), indicam o consumo de ao menos 5 porções de frutas e verduras diariamente para prevenção do câncer e também de outras doenças.

Essa recomendação está baseada em evidências científicas de que pessoas que consomem mais verduras, legumes e frutas in natura têm menor risco de desenvolver e morrer de câncer se comparadas àquelas que registram menor consumo. Isso porque frutas e verduras têm compostos bioativos ou fitoquímicos que podem interferir beneficamente nas células com desenvolvimento do câncer, além de proteger o DNA, combater os radicais livres e impedir que as células se dividam de forma descontrolada – como ocorre no desenvolvimento de tumores malignos.

Os perigos da má alimentação

Se a boa alimentação pode ajudar a prevenir o câncer, a má alimentação, ao contrário, pode ser um gatilho ‘extra’ para o desenvolvimento deste e de outros problemas graves de saúde. Dieta pobre em nutrientes e hábitos de vida ruins como tabagismo, consumo de álcool excessivo e sedentarismo, aumentam muito o risco de desenvolvimento do câncer, inclusive o de mama.

Excesso de alimentos industrializados, principalmente cheios de nitrito ou nitrato (presente nos embutidos), gordura animal saturada (carnes vermelhas), gordura trans (diversos alimentos industrializados) e excesso de álcool devem ser evitados ao máximo no dia a dia.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), sem prevenção, o número de casos de câncer deve aumentar 100% nas próximas duas décadas. Assustador, não é mesmo?



Alimentos ‘protetores’ contra o câncer

Existem algumas substâncias presentes nos alimentos que são consideradas pela ciência como “protetores” contra o câncer.

O ômega 3, que pode ser encontrado em peixes e oleaginosas, é um exemplo dessas substâncias do bem. A vitamina D, presente em ovos e peixes e produzida pela pele a partir da exposição ao sol (devemos, sim, tomar sol de forma saudável!) também é muito benéfica à saúde.

Os carotenoides – disponível em frutas e verduras de cor vermelha e alaranjada, são inimigos naturais do câncer de próstata e de mama.

Segundo o Inca, frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, sementes e nozes protegem contra o câncer. A recomendação do Inca é consumir cinco porções (400 gramas) por dia de frutas e vegetais sem amido – como espinafre, tomate, cenoura, beterraba, chuchu, etc. Cada porção equivale a uma quantidade que caiba na palma da sua mão (cerca de 80g).

Manter uma alimentação saudável (comida de verdade!), manutenção do peso, estilo de vida equilibrado, exercícios físicos e exposição saudável ao sol por pelo menos 20 minutos ao dia ajudam na qualidade de vida e saúde, tendo efeito preventivo para várias doenças.

Você tem conseguido seguir uma rotina de alimentação adequada? Quais são suas dificuldades? Deixe nos comentários.

Escrito por: Daniele Gaioto (MTB: 67.321)

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